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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Ronaldo Fraga no Roda Viva

“O que importa é a política que Dilma Rousseff irá propor para o mercado da moda”, diz Ronaldo Fraga no Roda Viva

Roda Viva - Ronaldo Fraga Entrevistado
Foto: Cleones
Na entrevista, que será exibida hoje (31/1), a partir das 22h, pela TV Cultura, o estilista fala ainda sobre a SPFW, as modelos precoces, a indústria têxtil, entre outros pontos ligados à moda

São Paulo, 31 de janeiro de 2011 - O estilista Ronaldo Fraga está no centro do Roda Viva nesta segunda-feira (31/1), a partir das 22h, na TV Cultura. O mineiro, que busca para as suas coleções o que há de melhor na cultura brasileira, fala sobre a indústria têxtil no Brasil, o padrão das modelos atuais, a presidente Dilma Rousseff e, também, sobre sua nova coleção, que estará hoje nas passarelas da São Paulo Fashion Week e tem como inspiração o artista Athos Bulcão.

Questionado sobre a moda no Brasil nos dias de hoje, Ronaldo diz que o momento é excelente. “A coisa mais importante é a auto-estima da nova geração de estilistas. Na moda não existem regras, nós vivemos o consumo da diversidade e estamos num momento excelente. O brasileiro tem gosto para moda”.

Quanto à entrada da nova presidente do Brasil no governo, o estilista foi sucinto nas palavras e disse: “Não tenho grandes expectativas com a presidente pelo fato de ser homem ou mulher. Acho que ela começou bem, por que o mercado da moda no Brasil está em crescimento. Na gestão do Gil [Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura], foi a primeira vez que se pensou na moda com mais seriedade, como um vetor cultural. Isso é um grande passo. O Juca [Ferreira] continuou com isso também .... Mas é muito difícil porque a espinha dorsal da moda é interdisciplinar”.
Ao comentar sobre a roupa usada por Dilma na posse – ela recusou propostas de estilistas consagrados e permaneceu fiel a sua amiga, a estilista gaúcha Luisa Stadtlander –, Fraga, elegantemente, disse que ela estava correta. E, completando, disse que “o que importa é a política que ela irá propor para o mercado da moda em seu governo”. O estilsta comentou também que a indústria têxtil brasileira precisa de investimentos sérios e de uma iniciativa política que olhasse de fato para este setor.
Na opinião de Ronaldo, a profissão de modelo, hoje, é cruel. “As pessoas acham que vão ser Gisele Bündchen e não é assim. Acho um horror quando uma garota de 15 anos explode, porque com 20, 25 acabou a carreira. Nos meus desfiles eu procuro as pessoas normais como, por exemplo, a minha coleção Risco de Giz, de 2009, onde desfilaram idosos e crianças”.
Sobre as transexuais na passarela neste ano, como o caso da top mineira radicada em Milão, Lea T., que nasceu Leandro Cerezo, filha do ex-jogador de futebol e hoje técnico Toninho Cerezo, ele é enfático: “É modismo, isso passa rápido, ano que vem o assunto será velho. Nas minhas coleções eu me sinto livre para criar e, de acordo com as minhas pesquisas, se eu estou falando em alegria eu não posso colocar ali uma modelo esquálida com cara de triste na passarela”.
Ronaldo Fraga leva obras de Athos Bulcão para a passarela da SPFW nesta noite, em São Paulo. O artista, com suas pinturas, transformou Brasília numa galeria a céu aberto. "Pesquisei a produção de Athos dos anos 50, quando atuou em parceria com Oscar Niemeyer, até os desenhos que fez quando passou a sofrer do Mal de Parkinson", contou o estilista.

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